segunda-feira, 10 de março de 2008

Debate sobre o texto: GONÇALVES, Francisca. "Interdisciplinaridade". IN: Presença Pedagógica.v.2. n.9 mai/jun. 1996.pp.78-81


No dia 29/02, durante o debate sobre o texto proposto, pudemos refletir sobre aspectos importantes da abordagem interdisciplinar dos conteúdos. Pelas intervenções de Gênesis, Ana Lúcia, Suely e Raoni, pudemos reafirmar a função da interdisciplinaridade como um dos componentes que conferem significado à aprendizagem. Suely e Ana Lúcia iniciaram o debate, questionando a posição da TIDIR como promotora da interdisciplinaridade. Retomei o conceito da problemática geral, do axioma, proposição necessária para integrar as disciplinas em torno da resolução de um problema comum ao elenco de disciplinas. Gênesis, preocupado com a prática, isto é, com a operacionalização do conceito de interdisciplinaridade, destacou, na leitura do texto, o posicionamento da autora sobre o cuidado que se deve ter para que o trabalho não se torne "repetitivo, cansativo, monótono". Expliquei que a observação da autora prende-se ao fato de que muitas iniciativas, que se pretenderam interdisciplinar no passado, acabaram trabalhando um mesmo "assunto"em todas as disciplinas. Demonstrei que isso não é interdisciplinaridade, mas "centro de interesse" e que tal abordagem leva a um desgaste e à monotonia, e que não era esta a nossa proposta. Raoni questionou por que a interdisciplinaridade, sendo tão importante na formação, só agora chega ao curso superior. Fiz uma retomada histórica do conceito, procurando pontuar que, embora há mais de 2o anos se discutam questões em torno da implantação da abordagem interdisciplinar nos currículos, o atual contexto sócio-econômico é que é o principal responsável pela exigência de um currículo mais dinâmico, capaz de preparar melhor, sobretudo os estudantes do ensino superior, para enfrentar os desafios de uma sociedade complexa, em todos os níveis. Para isso, é necessário que haja mudanças nos paradigmas atuais de formação e isso se faz com intenção, planejamento, envolvimento, diálogo, proposição de conflito e, sobretudo, desenvolver nos alunos e professores a disposição para enfrentar desafios, rompendo certos paradigmas que sempre colocaram os alunos na posição de "receptores"do conhecimento enquanto cabia ao professor a função de "transmissor". Embora ainda um pouco tímidos , a participação atenta e motivada todos os alunos deu-nos a possibilidade de esclarecer o papel da TIDIR como disciplina articuladora dos conteúdos abordados nas outras disciplinas, sobretudo a relação entre teoria e prática, entre conhecimento empírico (do senso comum) e conhecimento científico. Também ficou clara a nossa intenção de direcionar o processo de ensino-aprendizagem para a criação das condições necessárias ao desenvolvimento da consciência reflexiva dos alunos, a fim de que sejam capazes de "estabelecer relações entre idéias, e de elaborar, assimilar e socializar conhecimentos significativos para a vida real" (Gonçalves,1996, p.81).
No mesmo dia, organizamos os grupos e propusemos a primeira tarefa: elaborar um texto coletivo, sistematizando tudo o que discutimos sobre interdisciplinaridade, pensando na seguinte questão:"Considerando a leitura e o debate que fizemos sobre "interdisciplinaridade", qual a importância desse conceito e de sua abordagemn na formação do profissional de Letras?".
Os grupos ficaram de se reunir na aula de estudos independentes, para produzir o texto e apresentá-lo na terça-feira, dia 4, como parte da avaliaçao processual do TIDIR.

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